O presidente do Banco Central destacou que as transações de apostas online realizadas com cartões de crédito correspondem entre 10% e 15% do total movimentado pelos brasileiros nesse setor. Ele mencionou que o Pix se consolidou como o método de pagamento mais utilizado para essas transações, enquanto a inadimplência no cartão de crédito permanece estável, abaixo de 4%. Campos Neto sugeriu que o uso de cartões para apostas pode ser subestimado devido à dificuldade de rastreamento das transações realizadas por meio de carteiras digitais.
Em um levantamento recente, foi identificado que, em agosto, beneficiários do Bolsa Família alocaram R$ 3 bilhões em apostas usando o Pix, o que representa 20% do total de recursos transferidos pelo programa nesse período. Dentre os 20 milhões de beneficiários, cerca de 5 milhões participaram de apostas, com um gasto médio de R$ 100 por apostador. Esses dados geram preocupações sobre o impacto das apostas na gestão financeira das famílias, especialmente considerando que a maioria dos apostadores, cerca de 70%, são chefes de família.
O presidente do Banco Central enfatizou que a responsabilidade sobre as apostas não é atribuída à instituição, que atua como suporte ao governo, fornecendo dados e monitorando os efeitos das apostas no endividamento da população. A discussão em torno desse tema é relevante, uma vez que o aumento do endividamento pode ter repercussões significativas na saúde financeira das famílias brasileiras, exigindo atenção das autoridades competentes.