O Ministério Público da Venezuela anunciou que solicitará a prisão de figuras ligadas ao governo argentino, em resposta à entrega de um avião da Emtrasur aos Estados Unidos. O promotor Tarek William Saab informou que foram designados dois promotores para iniciar os processos de emissão das ordens de prisão, devido à apreensão e envio do Boeing 747, que acabou sendo destruído em fevereiro. As autoridades venezuelanas alegam que o avião estava vinculado a uma companhia aérea sob sanções internacionais.
A resposta do governo argentino foi firme, repudiando as ordens de prisão e defendendo que a entrega do avião foi uma decisão judicial independente. A chancelaria ressaltou que a Argentina tem uma clara divisão de poderes, contrastando com a situação na Venezuela, e a ministra das Relações Exteriores expressou apoio aos envolvidos. A Argentina também lembrou que, recentemente, solicitou ao Tribunal Penal Internacional investigações contra membros do governo venezuelano por possíveis crimes contra a humanidade.
O clima entre os dois países se deteriorou rapidamente, com a Venezuela proibindo voos de companhias argentinas sobre seu espaço aéreo. A troca de acusações intensifica as tensões políticas na América do Sul, refletindo um contexto de desavenças que se arrasta há anos entre os governos de ambos os países. Essa nova fase de confrontos jurídicos e diplomáticos pode ter implicações mais amplas para as relações regionais.