As taxas dos DIs registraram alta na sexta-feira, especialmente para os vencimentos a partir de janeiro de 2026, refletindo dados positivos do mercado de trabalho brasileiro. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que a taxa de desemprego caiu para 6,6%, o menor nível para trimestres encerrados em agosto desde o início da série histórica em 2012. Além disso, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) anunciou a criação de 232.513 vagas formais em agosto, superando as expectativas dos economistas, o que reforçou a percepção de um mercado de trabalho aquecido e pressionou as taxas de juros.
Na ponta curta da curva, os movimentos foram mais contidos, com o mercado apostando em uma alta de 50 pontos-base da taxa Selic em novembro. Perto do fechamento do dia, as expectativas se mantiveram estáveis, com 73% de chance de uma elevação significativa na taxa. A taxa do DI para janeiro de 2027, por exemplo, alcançou 12,32%, enquanto os rendimentos para prazos mais longos também apresentaram aumentos significativos. O economista-chefe do Banco Master comentou sobre a preocupação do Banco Central com o aquecimento do mercado de trabalho e a consequente pressão sobre a inflação.
No cenário internacional, os rendimentos dos Treasuries dos EUA apresentaram queda após dados que mostraram a continuação da diminuição da inflação, aumentando as expectativas de um possível corte nas taxas de juros pelo Federal Reserve na reunião de novembro. O índice de preços PCE, que é uma das medidas de inflação utilizadas pelo Fed, mostrou uma leve alta de 0,1% em agosto, indicando uma tendência de arrefecimento. Esse contexto externo, aliado aos dados locais, contribuiu para a volatilidade e a expectativa em relação às próximas decisões de política monetária no Brasil.