A taxa média de juros do cartão de crédito rotativo caiu de 432,2% para 426,9% ao ano em agosto, influenciada por uma nova legislação que limita os juros a 100% do valor da dívida. Apesar dessa queda, as taxas permanecem as mais altas do mercado, e a modalidade de cartão parcelado viu um aumento de 4 pontos percentuais, alcançando 182% ao ano. O crédito rotativo apresenta um recuo significativo de 18,6 pontos percentuais nos últimos 12 meses, mas o impacto da nova legislação ainda não é totalmente refletido nos dados estatísticos.
No cheque especial, por sua vez, a taxa média subiu para 134,3% ao ano, um aumento que se deve à estabilidade da Taxa Selic e ao crescimento da inadimplência. Desde 2020, os juros do cheque especial estão limitados a 8% ao mês. A taxa média de juros para pessoas físicas com recursos livres registrou 51,9% ao ano, mostrando uma leve queda, mas a expectativa é que essa taxa aumente devido ao recente ajuste na Selic, que subiu para 10,75% ao ano.
No que diz respeito ao crédito direcionado, as taxas permanecem mais baixas, com a média para pessoas físicas em 10% ao ano. A inadimplência entre as famílias e empresas se mantém estável, refletindo um endividamento de 47,9% da renda acumulada em 12 meses. Esse panorama evidencia uma dinâmica complexa no cenário de crédito brasileiro, onde as medidas recentes buscam limitar os altos juros, mas os desafios da inadimplência e das variações nas taxas básicas da economia ainda persistem.