A Stellantis revisou suas previsões financeiras para o ano, reduzindo a margem de lucro operacional ajustada para uma faixa entre 5,5% e 7%, contrastando com a expectativa anterior de dois dígitos. A montadora também projeta um fluxo de caixa livre industrial negativo de até € 10 bilhões, em comparação com a previsão anterior de geração de caixa positiva. Esse anúncio resultou em uma queda significativa de até 14% nas ações da empresa em Milão, a maior desde março de 2020.
Os desafios da Stellantis refletem um cenário mais amplo no setor automotivo europeu, onde outras montadoras, como Volkswagen e Mercedes-Benz, também enfrentam dificuldades devido à queda nas vendas, especialmente na China. A empresa se comprometeu a reduzir sua produção em 200 mil veículos no segundo semestre, dobrando a redução inicialmente planejada, enquanto tenta alinhar sua oferta de veículos com as expectativas de estoque de concessionários. Além disso, as críticas ao CEO Carlos Tavares aumentaram, levando a uma busca por um possível sucessor.
A magnitude das revisões financeiras levanta questões sobre a governança e a credibilidade da gestão da Stellantis. Analistas expressaram preocupação sobre a capacidade da empresa de atingir suas metas e criticaram a abordagem adotada nas relações com as partes interessadas. A recente avaliação da diretora financeira sobre as metas de margem operacional foi considerada ambiciosa, e as incertezas persistem, sugerindo que a recuperação pode ser um desafio no curto prazo.