Gisèle Pélicot, uma mulher de 72 anos, tem se destacado durante o julgamento de seu ex-marido e 50 coacusados, acusados de crimes de abuso sexual. Após anos de sofrimento e manipulação, Gisèle decidiu abrir mão de seu anonimato para denunciar publicamente os horrores que viveu, incluindo a administração de substâncias que a deixavam incapaz de consentir. Em sua primeira manifestação de raiva no tribunal, ela expressou indignação com a defesa dos réus, que tentaram deslegitimar sua experiência ao questionar o conceito de consentimento e a natureza do estupro.
Durante as audiências, Gisèle relatou os danos físicos e emocionais que sofreu, enfatizando que os abusos que enfrentou não podem ser justificados ou minimizados por argumentos sobre tempo ou circunstâncias. Sua firmeza ao confrontar os réus e sua luta por reconhecimento foram aplaudidas por apoiadores presentes no tribunal. O ex-marido, que admitiu sua culpa, fez declarações de amor e arrependimento, mas isso não amenizou a dor e a humilhação que Gisèle sentiu ao longo de sua vida.
O caso, que gerou repercussão internacional, destaca a importância da visibilidade de histórias de abuso e a necessidade de responsabilização dos agressores. Gisèle espera que sua decisão de falar abertamente sobre sua experiência inspire outras vítimas a se manifestarem e a buscarem justiça, enquanto questiona a falta de responsabilidade e empatia dos réus e da sociedade.