Almir Torcatto, diretor da Associação dos Plantadores de Cana do Oeste de São Paulo (Canaoeste), critica a falta de compreensão da sociedade sobre a evolução do setor sucroenergético, que se afastou da queima da cana-de-açúcar. Ele destaca que, embora essa prática tenha sido comum nas décadas de 1980 e 1990, a mecanização da colheita e a cogeração de energia elétrica tornaram-na obsoleta. Torcatto defende que a queima da biomassa no campo não é benéfica, pois agora as usinas utilizam esse material para gerar energia, enfatizando que a atual falta de conhecimento pode levar a interpretações errôneas sobre os incêndios.
Os incêndios deste ano causaram perdas significativas no setor, com mais de 658 mil hectares de vegetação e plantações destruídas apenas em agosto, resultando em prejuízos estimados em mais de R$ 2,7 bilhões. Os canaviais foram especialmente afetados, e a incerteza sobre a rebrota da cana queimada poderá levar os produtores a um novo ciclo de plantio, aumentando os custos operacionais. Torcatto alerta que a destruição das lavouras comprometerá a safra de 2025, exigindo planejamento financeiro rigoroso por parte dos agricultores.
Além das perdas financeiras, o diretor também menciona a deterioração da qualidade da cana queimada, o que pode afetar ainda mais a produção. Ele enfatiza que a gestão adequada é essencial nesse momento crítico, pois muitos produtores enfrentarão um ano sem receitas enquanto lidam com os custos de replantio. A mensagem central é a necessidade de atualização e compreensão do setor para que a sociedade possa apoiar soluções eficazes para os problemas enfrentados pelo agronegócio.