Na última sexta-feira (27), o Rio Negro atingiu 13,73 metros, marcando a quarta menor medida em mais de um século de monitoramento hidrológico. A previsão é de que o nível do rio fique abaixo de 12 metros na próxima semana, o que poderia estabelecer um novo recorde histórico. Devido à seca severa, a capital Amazonense declarou estado de emergência por 180 dias e interditou a Praia da Ponta Negra, uma vez que o rio ultrapassou a cota mínima de segurança de 16 metros.
A situação crítica se estende por toda a Bacia do Amazonas, onde muitos rios estão em níveis abaixo da normalidade para esta época do ano. Dados recentes indicam que o Rio Solimões e o Rio Purus também registraram mínimas históricas. As quedas acentuadas no nível das águas, com uma média de 19 cm por dia, têm causado sérios impactos nas comunidades ribeirinhas, que já enfrentam escassez de água e alimentos, além de uma possível redução na disponibilidade de peixes.
As consequências da seca, aliadas a queimadas na região, afetam mais de 560 mil pessoas no estado do Amazonas. Todos os 62 municípios foram declarados em estado de emergência, com dificuldades no abastecimento de insumos e aumento nos preços de produtos. O governador do estado assinou um decreto de emergência em saúde pública, refletindo a gravidade da situação causada pelo longo período de vazante dos rios na região.