O atual período de seca no Brasil é o mais severo registrado na história, com impactos significativos que vão além das questões climáticas e de saúde. Segundo o Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden), os efeitos imediatos incluem o aumento nos preços dos alimentos e da conta de energia. Economistas destacam que a seca está reduzindo a produção agrícola, encarecendo produtos essenciais como a laranja e a banana, e pressionando os consumidores, especialmente as famílias de menor renda.
Além disso, a escassez de chuvas está elevando os custos da energia elétrica, pois o país depende fortemente da matriz hidrelétrica. Com a necessidade de acionar usinas termelétricas para evitar o desabastecimento, os gastos operacionais aumentam e, consequentemente, os preços da energia para os consumidores. O nível dos reservatórios está abaixo do esperado, e a previsão de chuvas é de 50% menor nos próximos meses, o que pode levar a novas crises hídricas e maiores tarifas de energia.
Os efeitos econômicos da seca também podem afetar a atividade industrial e comercial. Com o aumento das tarifas e dos custos de combustíveis, o preço dos produtos e serviços sobe, impactando diretamente o orçamento das famílias. Além disso, a situação pode influenciar as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa de juros, já que a seca prolongada pode pressionar ainda mais a inflação e a política monetária do país.