Porto Velho enfrenta uma crise sem precedentes com a seca extrema do rio Madeira, que atingiu uma cota de 96 centímetros, o nível mais baixo desde o início do monitoramento em 1967. A hidrelétrica de Santo Antônio, uma das maiores do Brasil, reduziu suas operações para apenas 14% de sua capacidade devido à baixa disponibilidade de água. Para monitorar o novo nível crítico do rio, o Serviço Geológico do Brasil (SGB) terá que instalar uma nova régua de medição.
A seca tem um impacto severo nas comunidades ribeirinhas, que enfrentam uma crise de abastecimento de água, vivendo com menos de 50 litros diários por família, muito abaixo dos 110 litros recomendados pela ONU. Além disso, a seca está ocorrendo em meio a um aumento alarmante nas queimadas, com o estado de Rondônia registrando o maior número de focos de incêndio em 14 anos, contribuindo para uma qualidade do ar extremamente prejudicial em Porto Velho, onde a concentração de PM2,5 é 31 vezes maior que o recomendado pela OMS.
As queimadas e a seca têm provocado um cenário de poluição severa, transformando o céu de Porto Velho em uma nuvem constante de fumaça e alterando a paisagem local. O pôr do sol que antes era um espetáculo diário agora é raro devido à densa fumaça, ilustrando o impacto ambiental e social desta crise interligada.