Na última semana, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentou um estudo que avalia o impacto do retorno do horário de verão no Brasil, atualmente em análise pelo Ministério de Minas e Energia. Segundo o estudo, a medida poderia reduzir a demanda por eletricidade em até 2,9%, além de adiar o pico de consumo em até duas horas. Embora a economia possa chegar a R$ 400 milhões para a operação do ONS, especialistas afirmam que isso não se refletirá na conta de luz do consumidor. O horário de verão ajudaria a prevenir blackouts, mas não necessariamente reduziria as tarifas.
Com a evolução do consumo energético, especialmente devido ao aumento de refrigeradores em residências, novos horários de pico surgiram, criando desafios adicionais para a geração de eletricidade. A matriz energética brasileira tem se modificado, com um aumento significativo na participação de fontes renováveis como a energia solar e eólica, que, embora sejam sustentáveis, são intermitentes. A partir de dados recentes, observa-se um gap na produção de energia durante os horários de maior demanda, o que pressiona as hidrelétricas e leva o sistema a depender das térmicas, muitas vezes custosas.
O retorno do horário de verão é um tema polarizador na sociedade, com pesquisas indicando que a maioria da população apoia a medida. Setores como bares e restaurantes esperam benefícios econômicos, com a expectativa de um aumento no faturamento. No entanto, o setor aéreo expressou a necessidade de um prazo de adaptação para lidar com as mudanças operacionais que o horário de verão implicaria, o que ressalta a complexidade da implementação dessa medida no país.