A missão da ONU sobre a Venezuela emitiu um alerta sobre a gravidade das violações de direitos humanos cometidas pelo regime atual, afirmando que essas práticas alcançaram níveis sem precedentes. Após as eleições presidenciais de julho, a repressão se intensificou, resultando na morte de 25 pessoas durante protestos e na prisão de aproximadamente 2,2 mil indivíduos. O relatório detalha métodos de tortura utilizados nas prisões, incluindo espancamentos e privação de sono, revelando uma realidade alarmante para os detentos.
Enquanto isso, a oposição questiona a legitimidade das eleições, apontando para supostas fraudes. O ex-candidato opositor, que enfrentou a prisão por parte da justiça controlada pelo governo, buscou asilo fora do país. A missão da ONU também comentou sobre o papel do Brasil como mediador nas tensões entre o governo e a oposição, sugerindo que sua posição geopolítica pode proporcionar uma oportunidade para o diálogo e uma possível resolução da crise.
Por fim, o fluxo de venezuelanos em busca de refúgio no Brasil continua a aumentar, com mais de 12 mil refugiados entrando pelo estado de Roraima apenas em agosto, representando um crescimento significativo em relação ao mês anterior. A missão da ONU, estabelecida em 2019, baseou seu quinto relatório em entrevistas realizadas à distância, dado o acesso negado pelo governo local. O documento destaca a urgência de uma resposta internacional à crise humanitária e política que se desenrola na Venezuela.