Uma auditoria realizada pela Controladoria Geral da União (CGU) revelou diversas irregularidades no programa Médicos pelo Brasil, criado em 2019 para substituir o Mais Médicos durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. O relatório da CGU identificou casos de nepotismo e má utilização dos recursos públicos, destacando que a Adaps, agência criada para implementar o programa, contratou familiares e amigos dos dirigentes e pagou consultores sem a devida comprovação dos serviços prestados.
Além do nepotismo, o relatório apontou que o processo seletivo para consultores da Adaps favoreceu pessoas próximas aos dirigentes da agência, e que muitos contratos de consultoria não foram devidamente cumpridos. A auditoria também observou a contratação de pessoas já vinculadas ao Ministério da Saúde, o que é proibido. Essas práticas violaram princípios fundamentais da administração pública e resultaram em prejuízos ao erário público.
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva reformulou o Mais Médicos, dando prioridade à correção dessas falhas. Enquanto isso, os ex-ministros Eduardo Pazuello e Marcelo Queiroga, que estiveram à frente da Saúde durante a implementação do Médicos pelo Brasil, ainda não se pronunciaram sobre as conclusões da auditoria. O programa Médicos pelo Brasil foi instituído para substituir o Mais Médicos, que em seu auge contou com mais de 18 mil médicos estrangeiros em diversas regiões carentes do país.