O período entre 2020 e 2022 foi marcado por um corte significativo no orçamento destinado à gestão de parques nacionais, com uma redução de mais de 50% nos recursos, o que gerou preocupações sobre a fiscalização e a conservação das unidades de conservação. Um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) revelou que o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) enfrenta dificuldades na gestão e supervisão dos contratos de concessão, principalmente devido à falta de recursos humanos, financeiros e equipamentos. A auditoria identificou a necessidade urgente de uma melhor estrutura organizacional para garantir a eficácia das atividades de fiscalização.
Além dos cortes orçamentários, a auditoria constatou fragilidades na verificação da autenticidade e integridade dos dados financeiros apresentados pelas concessionárias, o que pode levar a prejuízos aos cofres públicos e à prestação de serviços aquém do esperado. Entre as unidades analisadas, o Parque Nacional do Iguaçu se destacou positivamente, enquanto outras, como o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, sofreram danos significativos devido a incêndios florestais. A falta de monitoramento adequado dos impactos ambientais da visitação pública também foi um ponto crítico identificado pelos auditores.
Em resposta às questões levantadas, o ICMBio reconheceu as fragilidades na estrutura de recursos e informou que está implementando melhorias, como a atualização das normas de gestão dos contratos de concessão e a previsão de concursos para aumentar o número de servidores. O órgão se compromete a aprimorar a transparência e a eficiência na fiscalização dos serviços prestados, buscando garantir a conservação da biodiversidade e a promoção da visitação nas unidades de conservação, essenciais para a valorização desses espaços pela sociedade.