Nesta quinta-feira, o real apresentou a segunda melhor performance entre as principais moedas emergentes, perdendo apenas para o dólar australiano. O dólar americano, que iniciou o dia em baixa, alcançou uma mínima de R$ 5,3958, e encerrou a sessão com uma queda de 0,69%, cotado a R$ 5,4242. Essa apreciação cambial é atribuída à percepção do mercado de que o corte de 50 pontos-base na taxa de juros dos Estados Unidos favorece as commodities, beneficiando assim o Brasil pelo aumento do diferencial entre os juros locais e os da maior economia do mundo.
O Federal Reserve reduziu a taxa dos Fed Funds, estimulando um apetite maior por risco entre os investidores, o que beneficiou as moedas de mercados emergentes. Por sua vez, o Banco Central brasileiro elevou a taxa Selic para 10,75% em um movimento considerado um aperto monetário sob o novo governo, com um comunicado que sinalizou uma postura mais firme. Apesar da valorização do real, a situação fiscal do Brasil continua a ser um fator limitante para um desempenho ainda melhor da moeda.
A correlação do real com o preço das commodities, especialmente do minério de ferro, que teve alta em bolsas internacionais, também contribuiu para a sua valorização. O comportamento da moeda brasileira reflete as expectativas de que o Banco Central pode acelerar os aumentos nas taxas de juros nas próximas reuniões, buscando um fechamento rápido do ciclo de aperto monetário até janeiro.