A professora Maria Letícia do Nascimento, da Faculdade de Educação da USP, defende que o direito de crianças de 0 a 3 anos frequentarem creches deve ser uma prioridade. Ela destaca que a luta por vagas em creches não é apenas uma questão prática para as famílias que precisam de apoio para o cuidado dos filhos, mas uma questão de garantir o bem-estar e a formação adequada das crianças. Segundo dados de 2022, 7,2 milhões de crianças dessa faixa etária não estavam em creches, sendo que cerca de 2,5 milhões estavam fora por falta de vagas.
A Constituição de 1988 marcou um avanço importante, ao garantir educação infantil obrigatória a partir dos 6 meses de idade, o que trouxe benefícios significativos para as famílias que não podem dedicar tempo integral ao cuidado dos filhos. Antes dessa mudança, havia uma visão restritiva quanto à necessidade de uma educação formal para bebês, o que limitava o desenvolvimento educacional e social das crianças pequenas.
Creches oferecem mais do que um local seguro para as crianças; elas proporcionam um ambiente planejado com brinquedos apropriados e profissionais qualificados, promovendo experiências significativas através de histórias, músicas e interações sociais. Esse tipo de educação é alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, destacando a importância de garantir um ensino de qualidade desde os primeiros anos de vida.