O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro do segundo trimestre de 2024 registrou um crescimento de 1,4% em comparação com o trimestre anterior, superando a previsão de 0,9% dos economistas. O aumento no investimento em máquinas, equipamentos e novos projetos, que cresceu 2,1%, contribuiu significativamente para esse resultado. No entanto, o consumo das famílias desacelerou, crescendo apenas 1,3% em comparação com 2,5% no trimestre anterior. Esse desempenho melhor do que o esperado deve levar a uma revisão para cima das projeções de crescimento econômico para 2024, que pode se aproximar dos 3% mencionados pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Apesar do crescimento positivo, analistas alertam para possíveis pressões inflacionárias, especialmente com o aumento do consumo e investimentos impulsionados por políticas fiscais expansivas. A G5 Partners prevê uma alta de 0,25 pontos percentuais na taxa básica de juros pelo Banco Central em setembro, enquanto a MB Associados sugere uma possível alta de até 0,5 pontos percentuais, considerando a pressão inflacionária e a bandeira vermelha da Aneel. O Inter destaca que a expansão fiscal pode não ser sustentável, dada a limitação do lado da oferta e a baixa taxa de investimento, o que pode levar a uma desaceleração econômica futura.
O Ministério da Fazenda também deve revisar sua projeção de crescimento do PIB para 2024 para cima, tornando-a mais alinhada com os resultados de 2023. Contudo, a dependência da política fiscal para o crescimento, especialmente no varejo do Nordeste, levanta dúvidas sobre a sustentabilidade desse avanço econômico. A preocupação é que o aumento dos gastos públicos possa levar a uma economia desajustada até 2026, ano eleitoral, lembrando períodos anteriores de expansão fiscal que resultaram em instabilidade econômica.