Uma operação federal resgatou oito trabalhadores em situação análoga à escravidão em uma carvoaria localizada em Dom Eliseu, no nordeste do Pará. De acordo com o Ministério Público do Trabalho, os empregados, que incluíam sete homens e uma mulher, enfrentavam condições degradantes, como alojamento em barracos de lona, ausência de banheiros e acesso a água de córrego. O resgate ocorreu após denúncias, e os trabalhadores, oriundos do Maranhão, estavam em condições precárias, vivendo em um ambiente insalubre e sem higiene adequada.
Durante a fiscalização, foi constatado que os trabalhadores passavam longas jornadas de trabalho sem a proteção necessária, não utilizando equipamentos de proteção individual, essenciais para suas atividades, que incluíam a manipulação de madeira em fornos. Além disso, a falta de carteira de trabalho assinada impedia que tivessem acesso a direitos trabalhistas, como férias e 13º salário. O grupo ficou alojado na carvoaria por tempo indeterminado, enfrentando a dura realidade de jornadas exaustivas.
Após o resgate, os trabalhadores receberam parte das verbas rescisórias e a liberação de seguro-desemprego. O Ministério Público do Trabalho e a Defensoria Pública da União estão em processo de ajuizamento de reclamações trabalhistas para garantir a obtenção dos direitos restantes dos empregados. O caso ressalta a importância da fiscalização e da proteção dos direitos dos trabalhadores em situações vulneráveis.