A Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) iniciaram a Operação Fair Play, cumprindo 13 mandados de busca e apreensão em Belo Horizonte e São Paulo, com o objetivo de desmantelar uma organização criminosa que desviava recursos da Lei de Incentivo ao Esporte. O esquema, liderado por um ex-servidor do Ministério do Esporte, envolvia o uso indevido de verbas fiscais federais e resultou no bloqueio de quase R$ 180 milhões em ativos financeiros dos investigados.
As investigações, que se iniciaram após denúncias de projetos suspeitos executados entre 2019 e 2022, revelaram que cinco entidades sem fins lucrativos estavam envolvidas na captação de recursos de empresas e pessoas físicas, totalizando mais de R$ 190 milhões. O grupo teria burlado os limites estabelecidos pela legislação ao criar associações e empresas com vínculos entre si, permitindo a proposição de múltiplos projetos pela mesma entidade, o que é proibido.
Além do desvio de recursos, a investigação também identificou a prática de lavagem de dinheiro e o direcionamento de contratações para prestadores de serviços ligados aos dirigentes das entidades. O uso de empresas em nome de funcionários e sócios foi uma estratégia adotada para emitir notas fiscais fictícias, simulando gastos com valores arrecadados, o que evidenciou a complexidade do esquema criminoso e o seu impacto na integridade dos recursos destinados ao esporte.