O Haiti enfrenta uma grave crise de segurança, com uma média de quase 13 mortes diárias em 2024, conforme relatado pelas Nações Unidas. Desde janeiro, pelo menos 3.451 pessoas perderam a vida, e o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos expressou a necessidade urgente de medidas eficazes para combater a criminalidade desenfreada. A situação se agrava com o recrutamento de crianças por gangues e o aumento da violência que se espalha além da capital, exacerbada pelo tráfico de armas.
A missão de segurança da ONU, inicialmente solicitada pelo Haiti em 2022, tem enfrentado dificuldades em mobilizar tropas e garantir financiamento adequado. O comissário Volker Turk ressaltou a importância de equipamentos e pessoal adequados para uma atuação eficaz no combate às gangues. O pedido do Haiti à ONU para transformar a missão em uma operação formal de manutenção da paz visa assegurar uma presença estável e recursos necessários para enfrentar a crescente ameaça da violência.
Com o número de deslocados internos quase duplicando nos últimos seis meses, ultrapassando 700 mil, e cerca de 1,6 milhão de pessoas enfrentando insegurança alimentar, a situação humanitária no país se torna cada vez mais crítica. O relatório destaca que o tráfico de armas, especialmente dos Estados Unidos e de países vizinhos, alimenta essa violência, com fronteiras e espaços aéreos mal monitorados facilitando a entrada de armamentos de alto calibre e outros suprimentos.