A Missão de Monitoramento de Direitos Humanos da ONU na Ucrânia (HRMMU) afirmou que a campanha de ataques aéreos da Rússia à infraestrutura elétrica da Ucrânia pode violar o direito internacional humanitário. Desde o início da invasão, a Rússia lançou centenas de mísseis e drones contra instalações essenciais, causando apagões prolongados em diversas cidades. O relatório da HRMMU analisou nove ondas de ataques entre março e agosto de 2024, destacando que essas ações comprometem não apenas o fornecimento de eletricidade, mas também serviços básicos como água, aquecimento e saúde pública.
Os especialistas da HRMMU observaram que as consequências dos ataques são especialmente graves em áreas urbanas, onde a maioria das residências depende de sistemas centralizados para aquecimento e água quente. Sem energia elétrica, milhões de cidadãos podem enfrentar a falta de aquecimento durante o inverno. O relatório indica que a população de Kiev, em particular, está em risco, com previsões de quedas de energia que podem variar de quatro a 18 horas diárias.
A Ucrânia classifica os ataques à sua rede elétrica como crimes de guerra, enquanto a Rússia defende que tais alvos são legítimos em sua campanha militar. O impacto desses ataques não se limita ao presente; durante o verão de 2024, questões relacionadas à energia foram um dos principais motivos citados pelos ucranianos para deixar o país, evidenciando a gravidade da situação e os desafios humanitários enfrentados.