A proposta de cessar-fogo de 21 dias entre Israel e Hezbollah, sugerida por Estados Unidos e França, colidiu com a resistência interna do governo israelense, liderado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Inicialmente, Netanyahu parecia disposto a aceitar a trégua, mas recuou após ameaças de ministros radicais de sua coalizão, que expressaram que a aceitação de um acordo temporário poderia resultar em sua saída do governo. A pressão para manter os ataques foi intensificada por declarações de autoridades que argumentavam que um cessar-fogo daria ao Hezbollah a oportunidade de recuperar suas capacidades militares.
Netanyahu, em sua viagem a Nova York para discursar na Assembleia Geral da ONU, reafirmou a determinação de continuar os ataques ao Hezbollah, enfatizando a segurança dos residentes do Norte de Israel. O apoio popular para essa estratégia tem sido significativo, especialmente após os recentes deslocamentos forçados de civis na região. A proposta de cessar-fogo, que contou com o apoio de várias potências internacionais, agora é considerada imprecisa pelo gabinete do premiê, o que reflete uma mudança de postura diante das pressões internas.
A situação remete a tentativas anteriores de negociações de cessar-fogo com outras facções, como o Hamas, onde promessas foram frequentemente revertidas em função de pressões políticas. A postura de Netanyahu, que se vê preso entre a necessidade de responder a uma agenda militar e as expectativas de apoio internacional, revela a complexidade do cenário atual e as dificuldades em alcançar uma resolução pacífica.