Nos últimos cinco anos, o Brasil vivenciou transformações significativas em seu cenário energético e climático, impulsionadas pela expansão da energia solar, a elevação nas contas de luz e os efeitos do aquecimento global. Especialistas e membros do governo avaliam que essas mudanças criam um ambiente favorável para a reintrodução do horário de verão, que foi suspenso em 2019. A proposta visa reduzir a demanda de energia elétrica durante os horários de pico, utilizando mais luz solar e diminuindo a dependência das usinas térmicas, que têm elevado os custos de energia.
A potência instalada de energia solar no Brasil aumentou dramaticamente, passando de 5 GW em 2019 para cerca de 47 GW em agosto de 2024. Essa expansão representa quase 20% da matriz elétrica do país, tornando o uso da energia solar uma opção mais viável para atender os consumidores. Além disso, a atual seca prolongada, considerada a pior em 70 anos, tem afetado os reservatórios das hidrelétricas, que geram 46% da energia elétrica do Brasil, resultando na necessidade de acionar usinas térmicas, cujos custos e emissões de gases de efeito estufa impactam tanto o meio ambiente quanto as contas dos consumidores.
Um estudo recente do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) sugere que a adoção do horário de verão poderia gerar uma economia significativa em combustíveis térmicos nos próximos meses, aliviando o peso financeiro sobre os consumidores. Essa medida é vista como uma oportunidade de não apenas reduzir custos, mas também mitigar os efeitos ambientais negativos das termelétricas, especialmente em um contexto de aumento das queimadas e das enchentes. A combinação desses fatores sugere que a reavaliação do horário de verão é uma alternativa a ser considerada, visando tanto a economia de energia quanto a sustentabilidade ambiental.