Municípios banhados pelo Rio Paraopeba, impactados pelo rompimento da barragem em Brumadinho, receberão mosquitos geneticamente modificados como parte de uma iniciativa para controlar arboviroses como dengue, zika e chikungunya. A proposta, chamada método Wolbachia, será implementada entre janeiro de 2025 e dezembro de 2029 em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A estratégia envolve a liberação de mosquitos que, ao se reproduzirem com os Aedes aegypti locais, criarão uma nova população incapaz de transmitir as doenças.
O método já demonstrou resultados promissores em outros países, com reduções significativas nos casos de dengue e outras arboviroses. Em Niterói, por exemplo, houve uma diminuição de 69% nos casos de dengue após a implementação da técnica. Em Petrolina, a abordagem foi diferente, envolvendo a distribuição de ovos contaminados com a bactéria, o que dificultou a mensuração exata dos resultados. Apesar dos avanços, especialistas ressaltam que o método deve ser uma estratégia complementar ao controle das doenças, juntamente com outras medidas, como a vacinação e ações de conscientização.
O líder do projeto no Brasil, Karlos Diogo de Melo, enfatiza a importância da colaboração entre governos e a população na luta contra as arboviroses. Ele ressalta que, para a eficácia do combate, é necessário que cada um faça sua parte, cuidando de seus ambientes e colaborando com iniciativas de saúde pública. Mais de 80 cidades já manifestaram interesse em participar do programa, que visa não apenas a redução das doenças, mas também servir como compensação pelos danos causados pelo rompimento da barragem.