A construção de um condomínio vertical para população de baixa renda em uma área arborizada na zona norte de São Paulo está gerando polêmica entre os moradores dos distritos de São Domingos e Pirituba. Localizada a cerca de 300 metros de dois parques municipais e em uma Zona Mista, a área foi previamente ocupada por uma empresa e autorizada para a construção, o que resultou no corte de 179 árvores. Apesar da construtora afirmar que o projeto foi aprovado por órgãos competentes e que preservará 140 árvores do terreno, os moradores acreditam que essa preservação é insuficiente para a biodiversidade local.
Os moradores têm se mobilizado por meio de um abaixo-assinado virtual, que já conta com 2,2 mil apoios. Eles destacam que a manutenção de apenas uma parte das árvores não é suficiente diante da importância da área verde, especialmente por sua proximidade com uma Zona Especial de Proteção Ambiental. O tema também foi debatido em reuniões do Conselho Regional de Meio Ambiente, onde as opiniões sobre o empreendimento se dividem entre favoráveis e contrárias.
A construtora, por sua vez, comprometeu-se a plantar 930 mudas no local e a destinar mais de 4 mil mudas de espécies nativas como compensação ambiental. O empreendimento ocupa um total de 54,2 mil m², sendo 32,5 mil m² de área verde. A autorização para o corte de árvores, que inclui espécies nativas e invasoras, foi concedida pela Prefeitura, que exige a legalidade em todas as etapas do processo.