O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enfatizou a importância do crescimento econômico para o ajuste fiscal durante uma conferência no Safra. Ele argumentou que um déficit primário de 2% do PIB não faria sentido se o impulso fiscal apenas resultasse em um crescimento de 1,5%. Para Haddad, a manutenção de benefícios sociais em um cenário de desaceleração seria mais difícil, destacando a necessidade de um crescimento sustentável para o fechamento gradual da cunha fiscal.
Haddad também ressaltou que, apesar das restrições orçamentárias impostas pelo teto de gastos, as receitas devem aumentar em 8,5% neste ano, podendo ultrapassar 9%. Ele defendeu uma revisão de benefícios que não proporcionam retorno significativo em termos de bem-estar social, ressaltando a colaboração do Congresso na análise dessas questões. O ministro criticou a noção de ortodoxia e heterodoxia na política econômica, preferindo focar em princípios econômicos fundamentais.
Durante a conferência, Haddad reafirmou o compromisso do ministério em não apenas implementar políticas técnicas, mas também construir uma base política para suas propostas. Ele reconheceu que nem tudo pode ser resolvido apenas por técnicas econômicas, destacando a importância de um diálogo político efetivo para a implementação de reformas necessárias.