Chelsea Conaboy, escritora e jornalista americana, compartilha em seu livro “O mito do instinto materno” suas experiências e investigações sobre o que realmente acontece no cérebro de uma mãe após o nascimento de um filho. Contrariando a crença popular de que o instinto maternal é inato e automático, ela argumenta que o amor e o cuidado se desenvolvem através de adaptações cerebrais e experiências vividas. Conaboy revela que, em seus primeiros meses como mãe, sentiu-se tomada por preocupações irracionais e solidão, uma realidade que a levou a buscar entender melhor essa transformação.
Ao longo de 472 páginas, a autora analisa centenas de estudos e entrevistas com especialistas, defendendo que o instinto materno é uma construção social, mais influenciada por normas culturais do que por fatores biológicos. Ela critica a visão que coloca a responsabilidade do cuidado exclusivamente nas mulheres, e destaca a importância de um suporte mais amplo, que inclua políticas públicas e redes de apoio para novos pais. A mudança nas expectativas e no suporte para as mães pode ajudar a desconstruir mitos que perpetuam a ideia de que o cuidado deve ser uma responsabilidade exclusivamente feminina.
Conaboy enfatiza a necessidade de se reconhecer que os cuidados parentais são uma experiência que transforma não apenas as mães, mas também os pais e outros cuidadores. Ao incluir essas perspectivas, ela sugere que é possível criar um diálogo mais amplo sobre parentalidade, que desafie normas patriarcais e promova um entendimento mais profundo das necessidades dos pais e filhos. Sua pesquisa destaca que a saúde mental materna é crucial para o bem-estar infantil, propondo uma reavaliação de como a sociedade lida com a transição para a parentalidade.