Claudecy Oliveira Lemes, acusado de desmatamento ilegal no Pantanal Mato-grossense, viu seu caso prescrito pela Justiça. A decisão do juiz Antonio Horácio da Silva Neto, datada de 2 de setembro, extinguiu o processo referente ao desmate de 3.847 hectares de vegetação nativa realizado entre 2013 e 2018. A promotora Ana Luíza Ávila Peterlini afirmou que o juiz cometeu um erro ao reconhecer a prescrição, alegando que o crime ambiental em questão deveria ser classificado como permanente e, portanto, não estaria prescrito.
Além da prescrição do caso específico, Claudecy Oliveira Lemes é investigado por gastar mais de R$ 25 milhões em desmatamento químico em áreas que somam 81 mil hectares no Pantanal. Apesar de dois pedidos de prisão preventiva feitos pelo Ministério Público, a Justiça negou o pedido em abril deste ano. Esse desmate químico é considerado o maior dano ambiental registrado no estado de Mato Grosso.
As investigações revelam que o pecuarista usou agrotóxicos despejados de avião para converter a vegetação nativa em pasto. Desde 2019, Lemes recebeu 15 autuações por danos ambientais no Pantanal e segue sob medidas cautelares. Documentos analisados indicam que a quantidade de substâncias químicas usadas seria suficiente para tratar uma área de até 85 mil hectares, corroborando a extensão do dano causado.