Um tribunal em Turim, na Itália, condenou um ex-acionista majoritário de uma conhecida empresa a quatro anos de prisão por homicídio culposo relacionado à morte de dois funcionários em uma fábrica de amianto. A decisão, proferida na quinta-feira (26), também impôs ao condenado o pagamento de € 15.000 a diversos grupos, incluindo sindicatos da região do Piemonte. O promotor Gianfranco Colace classificou a condenação como um marco importante que poderá influenciar futuras decisões judiciais sobre responsabilidades em casos de morte por amianto.
Este caso não é isolado, uma vez que, em 2012, o mesmo tribunal havia condenado o ex-acionista a 16 anos de prisão por ter causado a morte de quase 3.000 pessoas expostas ao amianto em quatro fábricas da empresa na Itália. Entretanto, essa sentença foi anulada pela Suprema Corte italiana em 2014, que alegou a prescrição da pena. Em resposta, os promotores de Turim iniciaram novas ações legais, mas esses esforços também foram frustrados. O julgamento recente abrange apenas dois casos que não estavam sujeitos à prescrição, permitindo que a ação judicial prosseguisse.
Os advogados do condenado anunciaram planos de recorrer da decisão, argumentando que seu cliente não tinha responsabilidade direta pela gestão da empresa durante os incidentes que levaram às mortes. Enquanto isso, investigações e processos adicionais por homicídio culposo estão em andamento em outras cidades italianas, como Nápoles e Vercelli, indicando que o tema da responsabilidade em casos de amianto continua a ser um assunto relevante na Justiça italiana.