Uma investigação do governo libanês corrobora uma reportagem do New York Times, que sugere que um serviço secreto estrangeiro criou uma empresa de fachada para vender pagers com explosivos instalados ao grupo Hezbollah. No ataque coordenado de 17 de setembro de 2024, esses dispositivos detonaram, resultando na morte de 12 pessoas e deixando mais de 2.750 feridos. O Hezbollah, que estava adotando pagers como uma alternativa aos celulares para evitar rastreamento, agora enfrenta uma grave crise após as explosões.
A empresa em questão, BAC Consulting KFT, foi identificada como a intermediária na venda dos pagers, que originalmente eram fabricados pela empresa taiwanesa Gold Apollo. As operações para fornecer esses dispositivos começaram em 2022, antes do aumento dos conflitos na região. A estratégia envolveu a inserção de microexplosivos nos pagers vendidos ao Hezbollah, o que permitiu que fossem detonados à distância.
Após as explosões, o líder do Hezbollah declarou que os eventos constituíam uma “declaração de guerra” por parte do serviço secreto estrangeiro, prometendo vingança. O governo israelense, por sua vez, iniciou uma nova ofensiva no norte do país, aumentando a tensão na região. As explosões provocaram reações internacionais, levando à condenação do uso de dispositivos civis como armas de guerra e à solicitação de uma reunião na ONU para discutir a situação.