A Coalizão Indústria, composta por 14 entidades empresariais, expressou preocupações significativas sobre o impacto de importações provenientes de países com práticas comerciais predatórias, que podem ameaçar investimentos estimados em R$ 826 bilhões até 2027. Durante um evento em São Paulo, a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) também destacou a previsão de um déficit de US$ 135 bilhões na balança comercial brasileira para 2024, refletindo as dificuldades enfrentadas pelo setor industrial.
O agrupamento, que representa 43% do PIB industrial, enfatizou que as mudanças geopolíticas pós-pandemia, junto ao excesso de capacidade produtiva instalada, têm intensificado a entrada de produtos estrangeiros no mercado brasileiro. O coordenador da Coalização, Marco Polo de Mello Lopes, citou a “invasão chinesa” como um exemplo de como a redução de preços e práticas comerciais agressivas estão prejudicando a indústria local, tornando-a vulnerável a um ataque de importações predatórias.
Mello Lopes argumentou que o governo deve implementar medidas estratégicas no comércio exterior, assim como outros países, para proteger a indústria nacional. Ele ressaltou a importância dos investimentos em um crescimento sustentável e que não podem ser substituídos por outros setores da economia ou importações. Desde sua criação em 2018, a Coalizão Indústria se posiciona como uma representante apartidária de diversos setores, responsável por uma parte significativa das exportações de manufaturados e da arrecadação de tributos no Brasil.