A Ilha do Bananal, com uma área total de 2 milhões de hectares, enfrenta uma crise ambiental em 2024, com 720 mil hectares afetados por incêndios. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) estima que a área queimada seja quase cinco vezes maior que a cidade de São Paulo. As chamas, combinadas com uma seca extrema, têm causado sérios danos à vegetação e à vida animal, com brigadistas relatando a morte de várias espécies e a luta de animais em busca de água.
As equipes de combate a incêndios, incluindo brigadistas indígenas e organizações como o Prevfogo/Ibama e o Instituto Chico Mendes (ICMBio), estão operando principalmente em áreas acessíveis por terra, mas não têm recursos aéreos disponíveis. O chefe das operações da brigada destacou a dificuldade em atender as necessidades de resgate de animais em regiões isoladas, onde o fogo continua a se espalhar. Enquanto isso, o Exército também participa do combate, mas enfrenta limitações em sua capacidade de resposta.
Além dos incêndios, a região sofre com uma seca severa, que impacta não apenas a fauna, mas também as comunidades indígenas que dependem dos recursos hídricos. O Lago Sohoky, o maior da ilha, está quase seco, o que agrava ainda mais a situação para os habitantes e para a vida aquática local. Especialistas expressam preocupação com os impactos a longo prazo dessa crise, que pode comprometer a subsistência das comunidades indígenas e a biodiversidade da região.