O incêndio no Parque Nacional de Brasília, que começou no dia 15 de setembro, já consumiu cerca de 2 mil hectares e chegou ao seu quarto dia, caracterizando um incêndio subterrâneo. Esse tipo de incêndio, que ocorre sob a superfície do solo, queima material orgânico como raízes e turfa, dificultando sua identificação devido à ausência de chamas visíveis. Os bombeiros utilizam câmeras térmicas para localizar os pontos quentes e empregam técnicas específicas de combate, como a criação de valas e alagamento dessas áreas para extinguir o fogo.
O Parque Nacional de Brasília, criado em 1961 e ampliado em 2006, desempenha um papel vital na preservação dos recursos hídricos da região, abrigando bacias que fornecem 25% da água potável do Distrito Federal. A área é rica em biodiversidade e possui ecossistemas importantes, como a mata de galeria, que sustenta várias espécies ameaçadas de extinção, incluindo o lobo-guará e a onça-parda. O parque é um local de recreação e pesquisa, atraindo visitantes em busca de turismo ecológico.
As condições climáticas desfavoráveis, com 147 dias sem chuva, contribuíram para a gravidade do incêndio, que se alastrou rapidamente, tornando-se um desafio para os serviços de combate a incêndios. A situação destaca a importância de medidas preventivas e de conscientização sobre a preservação ambiental, especialmente em áreas vulneráveis como a do Parque Nacional de Brasília.