O governo brasileiro está considerando a retomada do horário de verão como uma estratégia para deslocar o pico de consumo elétrico para horários em que há maior geração de energia solar. Essa proposta, discutida pelo ministro de Minas e Energia, tem como objetivo reduzir a dependência de usinas termelétricas, que são mais caras e poluentes, especialmente em períodos de seca. O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) recomendou essa medida após uma reunião extraordinária, ressaltando a necessidade de garantir a oferta de energia em todo o país, incluindo Roraima.
A análise para a implementação do horário de verão está em andamento e pode entrar em vigor em até 60 dias. A proposta faz parte de um plano de contingência elaborado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), solicitado pelo governo para enfrentar os desafios energéticos atuais. Além de ajustar os horários de consumo, o plano também busca assegurar o funcionamento eficiente do sistema elétrico, considerando a queda da geração solar no início da noite e a elevação da geração eólica.
A retomada do horário de verão exigirá a revogação de um decreto anterior que encerrou essa prática em 2019. Na ocasião, o governo havia argumentado que mudanças nos padrões de consumo e avanços tecnológicos tornaram a medida desnecessária. Entretanto, a crise hídrica de 2021 e a necessidade de otimizar o uso das usinas hidrelétricas reacenderam o debate sobre a eficácia do horário de verão como uma solução para os problemas energéticos enfrentados pelo Brasil.