Dispositivos de comunicação utilizados em um ataque no Líbano, que resultou em milhares de feridos, foram fabricados por um distribuidor europeu da Gold Apollo, conforme declarado pelo presidente da empresa taiwanesa. O ataque envolveu a inserção de explosivos nos pagers, em uma operação que supostamente contou com a colaboração do serviço de inteligência de um país. Imagens divulgadas nas redes sociais mostram pagers danificados do modelo Gold Apollo AR924, confirmando a sua presença na cena.
O fundador da Gold Apollo, Hsu Ching-kuang, esclareceu que sua empresa tinha um contrato com o distribuidor europeu, que se estabeleceu como BAC. Embora a empresa tenha autorizado o uso de sua marca, Hsu enfatizou que não esteve envolvida no design ou na fabricação dos dispositivos. O governo taiwanês não possui registros de remessas de pagers para o Líbano, apontando que a maioria das exportações da Gold Apollo é direcionada aos Estados Unidos e Austrália.
Além disso, Hsu mencionou a existência de anomalias nas transações com o distribuidor, incluindo atrasos em transferências eletrônicas. Os pagers vendidos ao Hezbollah incluíam não apenas o modelo AR924, mas também outros três modelos, indicando uma possível relação comercial que poderia ter consequências sérias. O ocorrido levanta questões sobre a responsabilidade e a cadeia de fornecimento em transações internacionais de equipamentos de comunicação.