O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, abordou a dinâmica das expectativas de inflação para os próximos anos, destacando que a desancoragem é mais pronunciada em 2024 e 2025, enquanto a projeção para 2026 permanece estável em 3,6%. Ele indicou que as pressões inflacionárias atuais estão relacionadas a bens industriais e regulados, embora as expectativas para a alimentação tenham diminuído. Guillen também mencionou que a comunicação recente do Banco Central tem reforçado essa persistência nas expectativas de inflação.
Em relação ao cenário fiscal, Guillen notou uma melhoria na percepção do mercado financeiro, que avaliou a situação fiscal do país de forma mais estável desde julho. Ele comentou que, no início do ano, a maioria dos consultados via a situação fiscal como deteriorada, mas essa visão tem se alterado positivamente. No que diz respeito à atividade econômica, o Banco Central revisou sua projeção de crescimento do PIB de 2,3% para 3,2% para este ano, com uma expectativa de crescimento de 2% para o próximo ano, embora haja incertezas sobre o início da desaceleração econômica.
Sobre o mercado de trabalho, Guillen destacou sinais de um cenário apertado, com aumento dos salários e uma rápida rotatividade de emprego. Os dados sugerem que a taxa de ganho real dos trabalhadores está em torno de 5%, refletindo um mercado de trabalho aquecido e a ampliação do crédito. Ele concluiu que esses fatores estão sustentando o consumo e contribuindo para o crescimento do PIB, enfatizando a importância desses elementos para a recuperação econômica do Brasil.