Economistas preveem que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve elevar a taxa básica de juros para 10,75% ao ano em sua reunião de quarta-feira, marcando a primeira alta desde agosto de 2022. Essa mudança ocorre em um contexto de expectativa de aumento contínuo até janeiro de 2025, com o objetivo de conter a inflação. Atualmente, a taxa está fixada em 10,50% após uma série de cortes e manutenções. Apesar da recente deflação registrada em agosto, o Banco Central está projetando um cenário mais cauteloso, mirando nas metas de inflação para os próximos anos.
A decisão de aumentar os juros gera forte resistência entre setores produtivos, que argumentam que uma elevação adicional poderá desestimular investimentos e prejudicar a recuperação econômica. Líderes de confederações industriais e de comércio expressaram preocupações de que taxas de juros elevadas inibem o crescimento e impactam negativamente a geração de empregos. Além disso, as críticas se intensificam em um cenário global onde muitos países estão reduzindo suas taxas, o que poderia colocar o Brasil em desvantagem competitiva.
Por fim, a indicação de um novo presidente para o Banco Central, que deve assumir em 2025, também influencia o debate sobre a política monetária. O atual presidente do BC defende que a alta de juros é uma medida necessária para controlar a inflação, enfatizando que os custos de não agir podem ser ainda mais prejudiciais a médio e longo prazo. Com as previsões de inflação se afastando das metas estabelecidas, o cenário permanece volátil, e o Copom se prepara para uma nova reunião em setembro para discutir as próximas ações.