As apostas esportivas no Brasil experimentaram um crescimento significativo nos últimos anos, atingindo um volume estimado de 60 a 100 bilhões de reais no último ano. Este aumento tem gerado uma parcela considerável dos gastos das classes mais baixas, com as apostas representando 1,38% do orçamento familiar nas classes D/E. De 2020 a 2024, o crescimento anual foi de 89%, evidenciando um desembolso expressivo comparado a outras formas de entretenimento, como ingressos de futebol, cinema e games.
O perfil dos apostadores revela que a maioria são homens jovens de classe média baixa, com uma concentração notável no sudeste do Brasil. Dados recentes mostram que aproximadamente 33 milhões de pessoas de baixa renda já participaram de apostas esportivas, com 54% motivados pelo desejo de ganhar dinheiro. Contudo, a percepção predominante entre os apostadores é de que perderam mais do que ganharam, e apenas 36% dos que ganharam usaram o valor em outras atividades, o que sugere que grande parte do gasto com apostas permanece dentro do ecossistema das bets.
O setor está passando por um processo de regulamentação que entrará em vigor em 1º de janeiro de 2025. O governo federal está analisando os pedidos de 113 empresas que desejam operar de forma regulamentada. A nova legislação, que inclui a portaria 827 da Secretaria de Prêmios e Apostas, visa trazer maior segurança jurídica ao mercado e beneficiar os apostadores. No entanto, até que a regulamentação seja implementada, alguns estados, como o Paraná, já permitem a atuação regulamentada das empresas, o que promete trazer mais ordem a um setor que tem crescido de forma desordenada.