Um estudo do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense analisou a Operação Escudo, realizada pela Polícia Militar na Baixada Santista, e concluiu que, em 90% dos casos, as vítimas de violência chegavam ao hospital já sem vida, sem que houvesse atendimento médico adequado. A análise de 20 mortes revelou que, apesar da alegação de socorro, as remoções de corpos muitas vezes comprometiam o trabalho pericial, dificultando a determinação das circunstâncias das mortes.
Além disso, o relatório apontou que 67% das ocorrências não possuíam imagens registradas, e que 38% dos policiais não utilizavam as câmeras corporais que deveriam portar. A precariedade das investigações foi destacada, com apenas 55% das cenas do crime sendo preservadas e ausência de medições precisas dos vestígios. A predominância dos depoimentos dos policiais, frequentemente aceitos sem contestação, contrastou com a subvalorização das testemunhas civis, cujas contribuições foram em grande parte desconsideradas.
Por fim, a nota técnica sugere que as operações policiais precisam ser revistas, uma vez que a análise apontou para um padrão de uso excessivo da força e falhas na investigação. O estudo alerta para a necessidade de maior transparência e rigor nas investigações para assegurar a justiça e a integridade dos processos. A Secretaria da Segurança Pública afirmou que todas as mortes são rigorosamente investigadas, mas a falta de evidências e a ausência de testemunhos confiáveis indicam a necessidade de reformas nas práticas policiais e investigativas.