Cerca de 20 entidades nacionais de comércio, indústria, consumo e varejo publicaram um manifesto alertando sobre o crescimento das apostas eletrônicas e suas consequências sociais, econômicas e de saúde pública. O documento destaca a necessidade de regulamentação na comunicação publicitária e no uso de cartões de crédito para apostas, propondo que esta proibição ocorra antes do previsto na legislação, que permite o uso até 2025. As entidades afirmam que a expansão desse mercado atrai recursos, especialmente das classes mais baixas, levando a comportamentos compulsivos e afetando o consumo básico, como alimentos.
O manifesto aponta que os gastos com jogos e apostas impactam as finanças das famílias, mas ressaltam que, segundo uma pesquisa, os custos com alimentação e contas básicas são considerados mais pesados para os brasileiros. Para 63% da população, os gastos com alimentação são as maiores pressões no orçamento, enquanto apenas 9% mencionam apostas como um fator significativo. A pesquisa revela que, apesar do aumento nas apostas, a inflação dos alimentos é a principal preocupação, especialmente entre as classes D e E.
Além de solicitar uma revisão da tributação prevista na nova lei de apostas, as entidades signatárias defendem que as empresas do setor sejam responsabilizadas por questões de saúde mental relacionadas ao vício em jogos. O manifesto foi divulgado ao final do Latam Retail Show, evento que discutiu as mudanças nos hábitos de consumo e suas implicações na economia brasileira.