A recente decisão do Banco Central de aumentar a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, elevando-a para 10,75% ao ano, gerou preocupação entre setores como comércio, indústria e construção. O Comitê de Política Monetária justificou a medida como necessária para conter pressões inflacionárias, mas especialistas argumentam que o principal problema do Brasil reside no desequilíbrio fiscal, e não na taxa de juros. A Confederação Nacional do Comércio (CNC) ressalta que o aumento do custo do crédito pode afetar negativamente o desempenho do setor, especialmente em períodos críticos como Black Friday e Natal.
A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) também expressou descontentamento, afirmando que a alta dos juros pode dificultar investimentos em infraestrutura e resultar em uma queda no volume de depósitos na caderneta de poupança. Embora o setor tenha visto um crescimento recente, os custos mais elevados de financiamento podem prejudicar essa recuperação e, consequentemente, o crescimento econômico do país. A CBIC destacou que sem as condições adequadas para investimentos, o desenvolvimento nacional se torna um desafio.
Por outro lado, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) criticou a medida, apontando que o Brasil está se afastando da tendência de flexibilização monetária observada em outras economias, como os Estados Unidos, que recentemente reduziram suas taxas de juros. A CNI teme que essa divergência acentue a diferença nos juros reais e crie um ambiente desfavorável para o investimento, impactando negativamente a criação de empregos e a renda da população. A situação ressalta a complexidade dos desafios econômicos enfrentados pelo país e a necessidade de uma abordagem mais integrada para lidar com a inflação e o crescimento econômico.