Desde a sua fundação em 1945, o Brasil tem se destacado na Organização das Nações Unidas (ONU), sendo o primeiro país a discursar na Assembleia-Geral a partir de 1947. Essa tradição é atribuída ao diplomata Oswaldo Aranha, que presidiu a assembleia naquele ano, além de uma suposta neutralidade do Brasil durante a Guerra Fria. O primeiro presidente a abrir a sessão foi João Figueiredo, em 1982, e desde então, diversas questões globais têm sido abordadas pelos líderes brasileiros, refletindo as preocupações nacionais e internacionais de cada época.
Os discursos revelam um panorama das prioridades políticas e sociais do Brasil ao longo das décadas, abordando temas como a paz mundial, direitos humanos, desigualdade social, crise econômica, e mudanças climáticas. Presidentes como José Sarney e Luiz Inácio Lula da Silva enfatizaram a importância da democracia e da erradicação da pobreza, enquanto Michel Temer e Dilma Rousseff discutiram reformas necessárias na ONU e o impacto de crises globais, incluindo as econômicas e sociais. A retórica adotada ao longo dos anos revela um compromisso contínuo do Brasil com as causas sociais e com a promoção da paz.
Em 2023, Lula retornou à ONU, destacando a desigualdade global e a necessidade de políticas eficazes para erradicar a pobreza e a fome. Ele reafirmou o papel do Brasil no multilateralismo e a importância de unir esforços para enfrentar crises como as mudanças climáticas e a insegurança alimentar. Essa trajetória mostra como os presidentes brasileiros têm utilizado a tribuna da ONU para não apenas defender interesses nacionais, mas também para contribuir com debates relevantes no cenário internacional.