O desmatamento no Cerrado entre janeiro de 2023 e julho de 2024 resultou na emissão de mais de 135 milhões de toneladas de CO2, um volume equivalente a 1,5 vezes o total anual produzido pela indústria brasileira. O levantamento, realizado pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) através do Sistema de Alerta de Desmatamento do Cerrado, revelou que as formações savânicas, que ocupam 62% do bioma, foram responsáveis por 88 milhões de toneladas de CO2, representando 65% das emissões totais durante o período analisado.
A região de Matopiba, que abrange os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, se destaca pelas altas emissões, com 108 milhões de toneladas de gás carbônico emitidas, o que corresponde a 80% do total registrado no Cerrado. Tocantins liderou as emissões, com mais de 39 milhões de toneladas, seguido por Maranhão, Bahia e Piauí. A destruição de formações vegetais, especialmente savânicas e florestais, foi a principal responsável por essas emissões, com cerca de 98% do total do estado de Tocantins oriundo do desmatamento.
Além dos impactos ambientais, os dados ressaltam a urgência de ações efetivas para conter o desmatamento na região, uma vez que as emissões provenientes dessas atividades estão diretamente ligadas ao aquecimento global. O cenário exige uma resposta coordenada de políticas públicas e iniciativas de conservação para preservar a biodiversidade do Cerrado, um dos biomas mais ricos do Brasil.