Um relatório divulgado pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) revela que o desmatamento do Cerrado entre janeiro de 2023 e julho de 2024 resultou na emissão de mais de 135 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2), um volume 1,5 vezes maior do que o total anual gerado pela indústria no Brasil. As savanas, que dominam a vegetação do bioma, foram responsáveis por 65% das emissões, enquanto as áreas campestres e florestais contribuíram com 7% e 27%, respectivamente.
O desmatamento está concentrado principalmente na região do Matopiba, que abrange partes do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, sendo responsável por 80% das emissões do Cerrado. O Maranhão lidera a emissão com 35 milhões de toneladas de CO2, seguido por Tocantins e Bahia. A pesquisa destaca que a maior parte da vegetação remanescente está em áreas privadas, onde a legislação permite o desmatamento legal em até 80% das terras, o que representa um desafio significativo para a conservação do bioma.
Os efeitos das emissões de gases de efeito estufa também impactam a temperatura e a evapotranspiração das plantas, afetando a circulação atmosférica e os regimes hídricos e energéticos, o que pode influenciar a economia nacional. A necessidade de políticas de conservação e fiscalização do desmatamento ilegal é enfatizada como fundamental para a proteção do Cerrado, um dos biomas mais importantes do Brasil.