No dia seguinte ao aumento da taxa de juros no Brasil e à redução nos Estados Unidos, o dólar encerrou a quarta-feira a R$ 5,424, marcando a menor cotação em um mês. A moeda norte-americana caiu 0,7% e chegou a atingir R$ 5,40 durante a sessão. Em contrapartida, a bolsa de valores brasileira, o Ibovespa, caiu pelo terceiro dia consecutivo, fechando aos 133.123 pontos, refletindo uma preocupação com o impacto das decisões de política monetária sobre o mercado de ações.
Enquanto o Federal Reserve dos Estados Unidos cortou a taxa de juros pela primeira vez desde 2020, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Brasil implementou sua primeira alta em dois anos, elevando a taxa Selic de 10,5% para 10,75% ao ano. Essa divergência nas políticas monetárias favoreceu a valorização do real, com investidores tendendo a buscar rendimentos mais altos em economias emergentes. A alta dos juros no Brasil, no entanto, desincentivou investimentos em ações, com um movimento em direção à renda fixa, considerada menos arriscada.
Analistas indicam que o tom assertivo do Copom sugere possíveis aumentos adicionais nas próximas reuniões, o que intensifica a venda de ações. As incertezas em torno da política monetária, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, continuam a dominar o cenário financeiro, influenciando tanto o câmbio quanto o desempenho do mercado de ações. O aumento da arrecadação federal e recordes na pecuária também fazem parte do contexto econômico, mas não conseguem neutralizar as quedas nas ações ligadas ao consumo.