Um tribunal no Japão absolveu um ex-boxeador de 88 anos em um novo julgamento que revisou um caso de assassinato quádruplo de 1966. O Tribunal Distrital de Shizuoka reverteu uma condenação anterior que mantinha o réu no corredor da morte, tornando-o a quinta pessoa a ser considerada inocente na justiça criminal japonesa após a Segunda Guerra Mundial. O juiz ressaltou a existência de evidências forjadas que sustentaram a condenação, que resultou em quase 50 anos de encarceramento, dos quais mais de 45 foram no corredor da morte.
A reabertura do caso em 2023 foi motivada por novas evidências que indicavam manipulações nas provas. Durante a investigação inicial, o acusado negou as acusações, mas acabou confessando, alegando que a declaração foi obtida sob tortura. As evidências centrais, incluindo roupas supostamente manchadas de sangue, foram descreditadas por uma decisão do Tribunal Superior de Tóquio, que constatou que estavam embebidas em missô por mais de um ano, não apresentando vestígios de sangue.
Apesar da absolvição, a maioria da população japonesa ainda mantém uma postura favorável à pena de morte, que é aplicada em sigilo no país. A irmã do ex-boxeador tem se dedicado à luta pela inocência do irmão, pedindo uma revisão do sistema judicial para permitir a realização de novos julgamentos, o que ressalta a necessidade de reformas na justiça penal japonesa.