A decisão do governo de interromper o horário de verão, tomada no início da gestão de Jair Bolsonaro, gerou debates em torno da validade dos dados que sustentaram essa mudança. O Ministério de Minas e Energia (MME) publicou uma nota técnica que afirmava que a implementação do horário de verão entre 2018 e 2019 resultou em um aumento de 0,7% na carga de energia elétrica no Brasil, contradizendo o propósito da medida. Essa elevação foi atribuída a alterações nos hábitos de consumo, o que provocou divergências de opinião com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que via impactos positivos, embora pequenos.
O contexto se complicou com a seca severa enfrentada em 2021, quando o ONS reiterou a importância do horário de verão na redução da demanda de energia entre as 18h e 21h. Essa medida visava otimizar o uso da luz solar no final da tarde, reforçando sua relevância para a gestão de energia no país. A discussão sobre a eficácia do horário de verão foi acentuada por uma percepção negativa generalizada, que influenciou a decisão de suspendê-lo, conforme relatado por um ex-diretor do ONS.
Adicionalmente, uma pesquisa de opinião realizada pelo Paraná Pesquisas indicou que a maioria da população era favorável ao fim do horário de verão, com 53,7% dos entrevistados manifestando essa preferência. Essa visão foi considerada pelo MME como um reflexo do feedback recebido através de canais de ouvidoria. Apesar das contestações sobre os dados e as consequências da decisão, membros do governo sustentaram que a escolha de abolir o horário de verão foi uma medida técnica, embasada em análises pertinentes ao cenário energético do país.