A tensão entre Argentina e Venezuela aumentou após o governo argentino apreender um Boeing 747 da empresa estatal venezuelana Emtrasur, em 2022, a pedido das autoridades dos Estados Unidos, que alegam ligações da aeronave com forças militares iranianas. O procurador-geral da Venezuela solicitou mandados de prisão contra altos funcionários argentinos, incluindo o presidente e sua irmã, por acusações de roubo e outros crimes relacionados à apreensão do avião. Esse caso se insere em um contexto mais amplo de deterioração das relações entre os dois países, marcadas por trocas de acusações e críticas.
Desde a apreensão, a aeronave permaneceu retida em solo argentino, enquanto a Justiça local analisava a situação. Uma decisão judicial recente autorizou a entrega do avião às autoridades americanas, o que gerou forte reação do governo venezuelano. O procurador-geral anunciou a criação de uma equipe de promotores para investigar as autoridades argentinas, alegando violações legais e direitos humanos no tratamento de protestos contra o governo argentino.
Em resposta aos desdobramentos, o governo argentino defendeu a independência do Poder Judiciário e repudiou as acusações venezuelanas. Além disso, a Venezuela impôs restrições ao espaço aéreo para voos provenientes da Argentina, intensificando a crise bilateral. O ambiente político entre os dois países continua a ser tenso, com ambas as partes adotando posturas firmes e públicas em relação à situação.