O senador Izalci Lucas expressou preocupação com a crescente crise educacional e laboral no Brasil, ressaltando que uma significativa parcela da juventude, entre 25 e 34 anos, está fora do sistema educacional e do mercado de trabalho. Ele destacou o fenômeno dos “nem-nem”, jovens que não estudam nem trabalham, como um reflexo de uma estrutura falha que deveria garantir um futuro promissor para o país. Apesar de uma ligeira redução na taxa de jovens nessa situação, que atualmente é de 24%, o senador apontou que o Brasil ainda apresenta números alarmantes em comparação à média de países da OCDE.
Izalci criticou a qualidade da educação, considerando a gestão dos recursos destinados ao setor quase criminosa. Ele mencionou um relatório da OCDE que indicou que o Brasil foi um dos países que mais cortou investimentos públicos em educação entre 2015 e 2021. Em contrapartida, os países desenvolvidos aumentaram seus aportes. O senador também questionou a eficácia das soluções tecnológicas propostas pelo governo, como o Plano Nacional de Escolas Conectadas, argumentando que a conectividade por si só não resolve a falta de uma infraestrutura pedagógica adequada e a defasagem curricular.
Diante desse cenário desafiador, Izalci defendeu a necessidade de medidas estruturais para reverter a situação, como o investimento em educação técnica, a ampliação da carga horária escolar e a valorização dos professores. Ele enfatizou que é imprescindível repensar a abordagem do país em relação à educação, uma vez que soluções temporárias não são mais suficientes. O alerta é claro: a redução dos investimentos e a falta de políticas públicas eficazes podem resultar em um futuro ainda mais preocupante para a juventude brasileira.