Mais da metade da população da Argentina vive em condições de pobreza, segundo dados do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec) referentes ao primeiro semestre de 2024. A pesquisa revelou que 52,9% da população economicamente ativa, cerca de 15,7 milhões de pessoas, se encontra nessa situação, um aumento de 11,2 pontos percentuais em relação ao semestre anterior. Além disso, a taxa de indigência, que abrange aqueles que vivem abaixo da linha da pobreza, atinge 18,1% da população, equivalente a aproximadamente 5,4 milhões de cidadãos argentinos. Especialistas em economia, como José Lezama e Eric Paniagua, apontam que essa situação é um reflexo da recessão econômica, com responsabilidades atribuídas tanto ao governo atual quanto ao anterior.
O aumento da pobreza afeta todas as regiões do país e os índices atuais são considerados um dos mais preocupantes desde 2016, apenas superados pelos dados do segundo semestre de 2020, que foram fortemente influenciados pela pandemia. A situação se agrava especialmente entre as crianças de 0 a 14 anos, onde a taxa de pobreza alcança 66,1%. Este cenário desafiador revela não apenas a fragilidade econômica da Argentina, mas também a crescente insatisfação social, que demanda uma reflexão profunda sobre as políticas públicas implementadas.
A defesa do governo do presidente Javier Milei em atribuir a crise ao populismo que tem impactado o país ao longo dos anos suscita um debate sobre as causas estruturais da pobreza. À medida que o país enfrenta dificuldades econômicas significativas, a necessidade de ações efetivas para reverter essa realidade torna-se cada vez mais urgente. As estatísticas revelam um panorama crítico, ressaltando a necessidade de uma abordagem abrangente para enfrentar os desafios sociais e econômicos que a Argentina enfrenta.